Referenciar para o imunoalergologista «sempre que haja história de reação grave a fármacos»

"Sempre que haja antecedentes de anafilaxia ou de outra reação grave a fármacos é mandatório referenciar o doente para a Imunoalergologia", afirma Luís Delgado. O presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) falou à Just News a propósito da Reunião da Primavera 2016, sobre “Hipersensibilidade a fármacos – reconhecer e orientar”. O evento vai decorrer dia 9 de abril, em Sintra. 

As reações adversas a fármacos são “extremamente complexas e a sua frequência está a aumentar com o problema atual da polimedicação”. Para Luís Delgado, “existem meios que ajudam os profissionais de saúde a identificar e a conhecer melhor este tipo de situações clínicas, como a farmacovigilância e o registo de anafilaxia, sendo os antibióticos betalactâmicos, anti-inflamatórios não esteróides e antineoplásicos dos mais frequentemente implicados”.

Contudo, alertou, “há pouca informação para que as várias especialidades, nomeadamente a Medicina Geral e Familiar, encaminhem os casos de hipersensibilidade a fármacos para a Imunoalergologia”.



Questionado sobre a importância de se realizarem testes de diagnóstico preventivos, afirmou que “não têm qualquer valor preditivo e prático”. E sublinhou: “O meio mais eficaz é a história clínica, que permite reconhecer e registar casos graves de alergia e, a partir daí, referenciar para confirmação (ou não) do diagnóstico e/ou escolha de alternativas farmacológicas.”

É precisamente neste âmbito que o imunoalergologista tem um papel fundamental. “É o especialista que tem o maior conhecimento sobre os mais variados fármacos que se associam às diferentes formas de alergia a medicamentos.” O responsável referiu também que, “nalguns casos, é possível ministrar o fármaco ao qual o doente é alérgico através de protocolos de dessensibilização, realizados por imunoalergologistas”.



A Reunião é organizada pelos grupos de interesse da SPAIC “Alergia a fármacos”, coordenado por Eva Gomes, do Serviço de Imunoalergologia do Hospital de Santo António (CHP), e “Anafilaxia e doenças imunoalérgicas fatais”, coordenado por Manuel Branco Ferreira, do Serviço de Imunoalergologia do Hospital Santa Maria (CHLN).

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