Resiliência dos enfermeiros permite «acolher, capacitar e encaminhar» doentes e familiares

"Apesar da escassez de recursos humanos, os enfermeiros têm uma grande capacidade de resiliência, que permite acolher, acompanhar e encaminhar os utentes e os familiares", afirma Filomena Leal, presidente da Associação Científica dos Enfermeiros (ACE) do Centro Hospitalar Lisboa Central, uma instituição que promove a formação dos profissionais de Enfermagem daquele centro hospitalar.

A responsável falou à Just News no Dia Internacional do Enfermeiro, no âmbito do Congresso “Acolher, Capacitar e Encaminhar”, promovido pela ACE e a decorrer em Lisboa, ao longo dos dias 12 e 13 de maio.



Filomena Leal referiu que “não é fácil trabalhar com menos recursos humanos”, mas é possível dar resposta aos doentes e seus familiares com base nos três verbos que são a temática da reunião.

Na sua opinião, “os enfermeiros têm de adquirir competências, na escola e também no dia-a-dia, que permitam acolher as pessoas, independentemente da sua condição física e psicológica, capacitá-las e encaminhá-las, de modo a que a qualidade de vida e o bem-estar sejam uma realidade.” Um apoio que deve sempre assentar em duas premissas: "a verdade e o sigilo a que o doente tem direito".



A presidente da ACE realçou ainda que “a escassez de profissionais de Enfermagem nunca pode por em causa a resposta que se deve dar aos doentes e familiares”. Para isso, é essencial o trabalho multidisciplinar e “a partilha de informação e a discussão de casos clínicos”, além de uma “boa organização para a melhor segurança do doente”.

Filomena Leal também destacou a importância da especialização do enfermeiro em várias áreas, como as da Reabilitação, Saúde Maternoinfantil e Saúde Mental, entre outras.



O Congresso da ACE contou com a colaboração da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Reabilitação (APER) e da ELCOS-Sociedade Portuguesa de Feridas, tendo sido abordadas diversas temáticas.

O objetivo foi "dar uma visão dos vários problemas que podem afetar os doentes ao longo da sua vida, como a interrupção voluntária da gravidez (IVG), a transplantação de órgãos, o tratamento do doente queimado, a violência sexual, no namoro e no idoso, entre outras.”