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Reumatologia: espondilartrites afetam 160 mil portugueses, mas o atraso no diagnóstico pode chegar aos 8 anos

O Grupo de Trabalho das Espondilartrites da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) organizou, nos dias 13 e 14 de janeiro, a 8.ª edição do Fórum das Espondilartrites. A presidente do Comité Científico do evento, Elsa Vieira de Sousa, destaca que as espondilartrites são um grupo de doenças reumáticas que afetam cerca de 1,6% da população em Portugal.

Em declarações à Just News, a reumatologista do Centro Hospitalar Lisboa Norte afirma que o Fórum, que reuniu cerca de 80 participantes, constituiu “um momento único de atualização do conhecimentos na área das espondilartrites”.



Segundo Elsa Vieira de Sousa, que é também investigadora e assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, as espondilartrites são um grupo de doenças inflamatórias crónicas de que a espondilite anquilosante é o subtipo mais conhecido, mas que inclui também a artrite psoriática e a artrite associada à doença de Crohn e à colite ulcerosa, entre outras formas.

De acordo com a médica, uma das grandes dificuldades na área das espondilartrites continua a ser a falta de reconhecimento dos sintomas iniciais de raquialgias (dor de costas), que predominam durante a manhã e são acompanhadas de rigidez da coluna e que muitas vezes se confundem com a lombalgia comum. “Os doentes continuam a chegar à consulta de Reumatologia após muitos meses e até anos de doença. É possível que o atraso do diagnóstico ainda se aproxime dos 5 a 8 anos”, conta.



Para este fórum foram selecionados “temas de utilidade para a prática clínica e cuja discussão pudesse ter impacto na forma de agir dos reumatologistas”. Por outro lado, “foram convidados especialistas de disciplinas intrinsecamente ligadas à Reumatologia e à área das espondilartirtes, como é o caso da Imagiologia, da Oftalmologia e da Gastrenterologia”.

“As espondilartrites, para além do aparelho musculoesquelético, podem afetar órgãos como o intestino, o olho e a pele. Acompanhar a progressão do conhecimento destas especialidades é de fundamental importância para um tratamento concertado e eficaz dos nossos doentes”, justifica.

Entre os temas abordados, a reumatologista destaca, por exemplo, a sensibilização para o diagnóstico e tratamento da osteoporose. “Uma fratura vertebral num doente com espondilite anquilosante pode ter um impacto devastador. Saber quando e como tratar a osteoporose nos doentes com espondilartrites é determinante para prevenir estes eventos”, menciona.

Houve espaço, ainda, para a divulgação e debate de trabalhos desenvolvidos a nível nacional com base no Registo Nacional de Doenças Reumáticas e que, de acordo com Elsa Vieira de Sousa, “permitiu conhecer melhor as características dos doentes portugueses com espondilartrites”.

 

Rik Lories, Elsa de Sousa e José Canas da Silva.

Espondilartrites têm uma importância cada vez maior

 

De acordo com o presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), José Canas da Silva, hoje em dia, as espondilartrites têm vindo a ganhar uma importância cada vez maior na área da Reumatologia. Em primeiro lugar, pelo investimento que se tem feito no estudo da epidemiologia destas doenças.

De acordo com o especialista, “no EpiReuma [grande estudo epidemiológico na área da Reumatologia realizado em Portugal] foi evidente que a incidência das espondilartrites é superior à da artrite reumatoide, o que posiciona este espectro de doenças entre as mais importantes da Reumatologia.”

Por outro lado, o diretor do Serviço de Reumatologia do Hospital Garcia de Orta destaca o facto de, crescentemente, terem vindo a surgir novas armas terapêuticas para este grupo de doenças. “Até há pouco tempo, existiam, apenas, os inibidores dos TNF-alfa, para além das terapêuticas clássicas baseadas nos anti-inflamatórios.”

Relativamente ao Fórum das Espondilartrites, o presidente da SPR refere que, de forma generalizada, foi considerado que o programa científico foi bom, tal como o nível científico das comunicações apresentadas, o que, por um lado, “encoraja a manter a realização deste evento e, se possível, a melhorá-lo”, e por outro, “leva a concluir que as estratégias que a SPR tem para os seus eventos são altamente satisfatórias”.





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