«Se escolhesse o futuro, pedia sabedoria e tempo para ajudar os meus pacientes»

Cedo se apaixonou pela especialidade e logo no início deste seu trajeto viu na Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (SPORL-CCF) uma referência do firmamento da ORL nacional. Nos últimos quase três anos, Carlos Ribeiro tem presidido à Direção desta Sociedade – para si, um privilégio e uma experiência muito enriquecedora – e coordena a Unidade Funcional de Implantes Cocleares do CHUC, que lhe permite assistir ao milagre de dar audição a quem não a tem.


Em entrevista de fundo à Just News, publicada na LIVE Especial Otorrinolaringologia, o presidente da SPORL afirma que se pudesse escolher o futuro, L pedia sabedoria e tempo para poder ajudar os seus doentes.



ORL "é a especialidade mais apaixonante que existe"


Questionado sobre quando decidiu optar pela ORL, afirma que tal "deveu-se ao gosto que desenvolvi pela microcirurgia. Durante o internato geral dei um pequeno contributo em trabalhos de investigação que envolviam microcirurgia e fiquei encantado com a visão microscópica, pela cor e pela riqueza de pormenor. Penso que teve importância para essa valorização a minha paixão pela fotografia."

Sobre quais as áreas que lhe despertam mais interesse, Carlos Ribeiro não hesita na resposta: "Gosto da especialidade na sua diversidade. Sinto que a ORL é a especialidade mais apaixonante que existe, inclusive, pela sua diversidade: dos exames complementares eletrofisiológicos e imagiológicos, da pequena cirurgia às cirurgias de elevada diferenciação, são tudo grandes mundos, em contínua expansão. Toda a cirurgia exige grande rigor, por isso, é desafiante."

No entanto, sublinha, "as áreas que me despertam mais interesse são a cirurgia otológica e a cirurgia nasossinusal, pela perícia que exigem e pela maravilhosa paleta de cores das estruturas em que operamos".



Ao longo da entrevista, e entre outros temas desenvolvidos, Carlos Ribeiro destaca a importância do Congresso Anual da Sociedade: "Tem permitido aos colegas e aos seus serviços apresentarem o que de melhor se faz em termos científicos no nosso país. Tem sido um verdadeiro espelho da realidade científica otorrinolaringológica portuguesa."


Refere que tem permitido ainda, "por outro lado, a troca de conhecimento e de experiências com um elevado número de colegas estrangeiros nossos convidados, produzindo conferências de excelente nível". E destaca que, "para organizar eventos desta dimensão, é necessária uma Sociedade forte e coesa, com grande empenho de todos os seus membros".

ORL portuguesa "ao nível do que de melhor se faz lá fora"

Relativamente ao futuro da ORL portuguesa, Carlos Ribeiro considera que "a ORL portuguesa está bem e recomenda-se! Da frequência de reuniões científicas internacionais e dos vários grupos de trabalho a que pertencemos, podemos concluir que a ORL nacional está ao nível das melhores escolas internacionais".


Na sua opinião, "os pacientes portugueses encontram, cá dentro, cuidados de ORL ao nível do que de melhor se faz lá fora. A Otorrinolaringologia nacional nada tem a temer relativamente às suas congéneres europeias ou transatlânticas."

Considera ser necessário "manter o normal esforço de atualização, de investigação, sem esquecer a transmissão interna de conhecimento intergeracional". Sobre o poder político, manifesta o desejo de que "se esforce por incrementar um ambiente propício à transmissão de conhecimento aos colegas em fase de formação (internato complementar) e à partilha de experiências entre todos, são os nossos votos. Será a melhor garantia de futuro para a ORL portuguesa".




"Fotografar o futuro"

E quanto ao futuro do otorrino Carlos Ribeiro? O presidente da SPORL começar por dizer que "se escolhesse o futuro, pedia sabedoria e tempo para ajudar os meus pacientes e trocar conhecimentos e experiências com outros colegas, sempre na perspetiva de melhorar a prática clínica".

Refere que "gostava de ver os cuidados de saúde no meu país evoluírem positivamente no sentido da acessibilidade e da humanização. Queria dar um contributo muito positivo para a realização do Congresso Europeu de Implantes Cocleares Pediátricos, o ESPCI 2017, que vai decorrer no Algarve, de 1 a 4 junho de 2017, em Vilamoura."

Numa perspetiva mais global, refere ter o desejo de que "o mundo encontre os caminhos da paz e do progresso!", acrescentando: "Sonho... desejo que todos os jovens tenham trabalho e se sintam realizados e felizes, nomeadamente, os jovens colegas ORL. E… gostava de fotografar o futuro, pois, é lá que pretendo viver!"



A entrevista completa com Carlos Ribeiro pode ser lida na LIVE Especial Otorrinolaringologia, onde são desenvolvidos outros temas, quer do foro pessoal, quer no âmbito profissional, como a referência ao período em que dirigiu o Serviço de ORL do CHC, desde 2007 até à sua fusão com os HUC, para constituir o CHUC: "talvez o período mais marcante da minha vida profissional".

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