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Secretariado Clínico: «é imprescindível rever e consolidar a formação destes profissionais»

Gerir conflitos, apostar no autocuidado para prevenção do burnout e na valorização da carreira foram temas em destaque no 7.º Encontro Nacional dos Secretários Clínicos, que decorreu em 7 de maio, em Leiria. “Sendo o secretário clínico (SC) o primeiro contacto nas unidades, é imprescindível rever e consolidar a sua formação”, defendeu Nelson Magalhães, presidente da comissão organizadora do evento.


Nelson Magalhães e André Biscaia, presidente da USF-AN

Com 173 participantes, das cinco administrações regionais de saúde, o responsável fez um balanço positivo do Encontro, no qual se começaram por focar na gestão de conflitos e na identificação dos diferentes tipos de violência, quer por parte dos utentes como entre colegas.

“A exaustão dos profissionais de saúde é uma das consequências da exigência profissional e pessoal que envolveu todo o contexto pandémico, tornando o utente mais intransigente, menos empático, pelo que, este é o momento certo para adquirir ou rever competências na gestão de conflitos, na prevenção da violência contra os profissionais, bem como, de burnout.”

Evitar o stress e apostar nos autocuidados

Segundo a psicóloga clínica e do trabalho Sónia Bernardes, uma das oradoras, além da forma como os utentes tratam os SC, é preciso estar atento também ao assédio moral dentro da equipa. “É fundamental promover um clima de tolerância zero para com todos os casos de violência.”

Nesse sentido, devem-se desenvolver políticas e planos de prevenção e de resposta e providenciar sistemas de comunicação e de registos.

Associada a esta questão está o autocuidado como forma de prevenir o burnout. “É preciso haver um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”, referiu a palestrante Sónia Mira, também psicóloga clínica. A especialista lembrou que nem sempre é possível evitar o stresse, contudo pode-se recorrer “a ferramentas de resiliência, quer no próprio momento como posteriormente”.

Em suma: “É possível reprogramar o comportamento reativo.”

Apontou ainda alguns sinais de alarme de como se pode ser vítima de burnout, nomeadamente a ansiedade, a tristeza, problemas de sono, alterações no apetite, maior irritabilidade no trabalho e em casa, entre outras.

A prevenção da exaustão deve passar por se dar mais atenção a alguns autocuidados, como uma alimentação saudável, prática regular de exercício físico e ter momentos para fazer o que se gosta.



Uma visão de futuro para o SC

Sobre o futuro do Secretariado Clínico, Nelson Magalhães é perentório: “Temos de apostar cada vez mais na formação, transversal e enquadrada com perfil e mapa de competências, até como forma de valorizar o nosso trabalho.”

Neste âmbito esteve também em debate a revisão do Decreto-Lei n.º 73/2017 e as suas implicações para o Secretariado Clínico, tendo-se chamado a atenção de que deve existir um modelo remuneratório mais sensível ao desempenho e que seja semelhante para todos os grupos profissionais. Acrescentou-se ainda, entre outros, a relevância de se definirem “regras claras e funcionais” de recrutamento e mobilidade, também para os SC.

Para Nelson Magalhães, “o evento proporcionou uma visão de futuro para as USF e, em particular, para o Secretariado Clínico”.

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