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Ser ginecologista e ter, desde sempre, «uma grande veneração pela mulher»

Nasceu em 1933. Foi assistente hospitalar, professor de Ginecologia e de Biologia, um dos sócios fundadores e primeiro presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG). Henrique Resende de Oliveira sempre teve grande veneração pela mulher, considerando-a até, em alguns aspetos, superior ao homem, facto que talvez o tenha levado a escolher a Ginecologia enquanto profissão. 

Em entrevista à Just News, publicada na última edição de WOMEN`S MEDICINE, Henrique Resende de Oliveira começa por recordar a "personalidade e a sabedoria" do Prof. Francisco Ibérico Nogueira, de quem foi assistente: "Era professor catedrático de Ginecologia, em Coimbra, e um homem com grande dinamismo e prestígio mesmo a nível internacional, onde tinha efetuado vários estágios. Organizou as Jornadas Internacionais de Ginecologia de Coimbra e a história desta Sociedade começa a germinar precisamente nessa altura."

Durante os seus dois mandatos como presidente, Henrique Resende de Oliveira considera que conseguiu concretizar "a maioria dos objetivos" e destaca a participação da SPG na organização dos rastreios do cancro do colo uterino e do cancro da mama: "Estas atividades iniciaram-se primeiramente na Região Centro, com a colaboração preciosa do IPO de Coimbra. Posteriormente, tiveram grande incremento na Região Norte e depois na Região Sul e Ilhas."



A seguir ao seu último mandato, explica que "foi eleita uma nova Comissão Coordenadora, presidida pelo Prof. Carlos de Oliveira, dotado de invulgar inteligência e capacidade de trabalho". Considera que "a SPG conheceu, sob a sua égide, que durou dois triénios, um grande crescimento. A colaboração com outras sociedades e grupos estrangeiros foi muito importante para criar laços de colaboração e de intercâmbio, o que veio enriquecer a nossa Sociedade."

Entre outros temas abordados na entrevista, Henrique Resende de Oliveira dá a sua opinião relativamente à divisão da especialidade em núcleos ou subespecialidades, não tendo dúvidas de que "é absolutamente necessária" e explica:

"Nas diferentes subespecialidades, requer-se uma grande exigência teórica, permanentemente atualizada e completada por uma prática que utiliza métodos cada vez mais específicos e exigentes. Muitas vezes as equipas integram elementos de outras especialidades e ramos de ciência, como, por exemplo, biólogos, e utilizam aparelhos que requerem técnicos específicos. Atualmente, é impossível um retrocesso na contínua atualização e na disponibilização das novas técnicas e terapêuticas, muitas das quais o público conhece e exige ter acesso a elas."
 


Relativamente ao estado da arte da Ginecologia em Portugal, refere que "o nível da Ginecologia no nosso país é muito bom e está a par do que se pratica nos grandes centros internacionais".

Olhando para o futuro, e considerando que "é fatal" que a atual crise "tenha alguma repercussão, por motivos de ordem económica e por razões de rapidez no acesso das terapêuticas", o primeiro presidente da SPG afirma que "a exclusividade de funções seria da maior utilidade" e que "deveriam ainda implementar-se as campanhas de rastreio dos cancros cervicais e da mama, proporcionando depois uma rápida intervenção terapêutica". Outro aspeto importante, acrescenta, "será encontrar fármacos particularmente eficazes para deter e tratar com êxito, a longo prazo, a metastização e progressão das neoplasias".

Questionado sobre por que escolheu ser ginecologista e por que gosta tanto desta especialidade, Henrique Resende de Oliveira não hesita na resposta:

"Por ser uma especialidade com grande componente cirúrgica e uma muito interessante panóplia de técnicas, inclusive as de diagnóstico. Acresce que sempre tive uma grande veneração pela mulher. Ela é o verdadeiro esteio da família, que é a célula estruturante da sociedade."




A entrevista completa com Henrique Resende de Oliveira pode ser lida na última edição de WOMEN`S MEDICINE

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