Serviço Nacional de Saúde: «uma esperança otimista e inquietante»

Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), considera que "o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está na ordem do dia e ainda bem". Na sua opinião, "é preciso falar mais do SNS, afirmando-o e dando-lhe mais vigor. Na prática, é preciso ter mais respeito pelos profissionais de saúde e pelos doentes e evitar os ataques constantes ao SNS, pois, somos todos defensores da sua existência".




No âmbito de um Suplemento publicado na mais recente edição do Jornal Médico, e dedicado ao 33.º Encontro Nacional da APMGF, Rui Nogueira considera que, atualmente, "vivem-se momentos de uma esperança otimista, mas também inquietante. São boas notícias o facto de o atual Ministério da Saúde ter nomeado uma equipa para a reforma do SNS e de mostrar interesse em ter um SNS baseado nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), que permitem uma maior proximidade".

Contudo, refere que, "simultaneamente, esta esperança é inquietante. Será esta aposta no SNS e, especificamente nos CSP, uma opção política para encapotar a inoperacionalidade no SNS? Será uma mera intervenção política, mera maquilhagem?".

Para o presidente da APMGF, "hoje em dia, não podemos deixar de reforçar a importância do SNS", mas para que isso aconteça, "também é importante dar resposta a vários problemas" e dá um exemplo:

"Um deles diz respeito aos muito jovens, que têm dificuldade em conseguir a especialidade e os concursos extraordinários de admissão que acontecem há dez anos. Não faz qualquer sentido que sejam extraordinários, pois, todos sabemos que está protocolado que as admissões acontecem sempre em maio e novembro. É urgente resolver este obstáculo que se coloca a quem termina o internato."



Relativamente ao 33.º Encontro, não tem dúvidas em considerar de "muito positivo, pois, contou-se com os protagonistas da atualidade em MGF para discussão de temas centrais". E acrescenta: "Em três dias intensos, tivemos mais de mil médicos de família e internos de MGF a trabalhar em 7 salas em simultâneo, mais de 100 comunicações orais e mais de 140 pósteres científicos."



O Suplemento dedicado ao 33.º Encontro Nacional da APMGF e publicado na última edição do Jornal Médico conta com a colaboração de duas dezenas de especialistas na área da MGF, que partilham as suas perspetivas sobre alguns dos pontos mais relevantes abordados no evento e a sua relevãncia para o futuro, mas também sobre outros assuntos.

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