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Serviço de Urologia do CHP com modelo organizacional «único no país»

Avelino Fraga é, desde setembro de 2009, diretor do Serviço de Urologia do Centro Hospitalar do Porto, um dos maiores serviços cirúrgicos do hospital e do país, realizando, por ano, cerca 2 mil cirurgias, 25% das quais em regime de ambulatório.

Em entrevista à Just News, relata que, em 2011, se iniciou "um processo de departamentalização único em Portugal na área da Urologia", que deu origem à criação de diversas unidades funcionais, tendo permitido um avanço tecnológico que classifica como “incrível”.

Assim, foram criadas e existem, atualmente, as unidades de Cirurgia de Ambulatório, de Andrologia e Medicina Sexual, de Incontinência e Cirurgia Reconstrutiva, de Próstata, de Litíase, de Urologia Pediátrica, de Rim e Transplantação e de Oncologia Vesical e Urotelial.



Segundo o professor catedrático convidado de Urologia do ICBAS, que está ligado ao Serviço desde os tempos de estudante de Medicina, cada uma destas unidades é autónoma em termos de gestão dos doentes, embora todas as quintas-feiras se realize uma reunião geral do Serviço, onde os casos são discutidos na sua globalidade.

“Na Unidade de Patologia da Próstata só se tratam doentes com problemas da próstata e assim sucessivamente”, clarifica. Questionado sobre as vantagens deste modelo organizacional, Avelino Fraga refere o facto de existirem no Serviço peritos nas várias áreas, alguns que são referência a nível nacional e outros até internacional.

“Sabemos quem é o responsável pela área da litíase, quer da lista de espera, quer dos casos complicados, quer da apresentação de resultados, quer da discussão em termos de atualidade técnica e científica, quer da sua publicação ou apresentação em eventos científicos”, garante.

De acordo com Avelino Fraga, a cirurgia laparoscópica (rim, retroperitoneu, bexiga e próstata) assume hoje um papel importante na atividade do Serviço, por se tratar de uma técnica minimamente invasiva, representando mais de 50% de toda a atividade cirúrgica – aliás, a cirurgia “aberta” está hoje em vias de extinção no Serviço, sendo já menos de 15% do total.

A nível oncológico, realiza-se todo o tipo de tratamentos (cirúrgicos, médicos e paliativos) de cancro do rim, da bexiga, da próstata, dos testículos, do pénis e da suprarrenal.



Serviço é o que faz mais transplantes de dador vivo em Portugal

No Serviço, a patologia mais frequente é a da próstata, efetuando-se todo o tipo de tratamentos. Há, também, uma grande referenciação na litíase, até porque é centro de referência europeu para esta área desde 2012, sendo encaminhados doentes complicados de todas as zonas do país.

No que respeita à transplantação, Avelino Fraga conta que são feitos cerca de 100 transplantes por ano. Um terço destes é feito em dadores vivos, o que faz do Serviço o centro do país que mais transplantes faz nestas condições, representando mais de 50% de toda a transplantação de dador vivo em Portugal.

Por outro lado, é o único com Urologia Pediátrica, o que faz com que seja muito procurado por esta faixa etária, que vai até aos 18 anos, sendo de destacar o trabalho que desenvolve nas malformações genitais masculinas. Recebe, ainda, muitos doentes com tumores da bexiga, incontinência urinária e casos complicados para cirurgia reconstrutiva da uretra.

Para o futuro, os principais projetos são, segundo Avelino Fraga, afinar a departamentalização. “Queremos que as unidades sejam certificadas nacional e internacionalmente”, indica. Outra das pretensões é aprofundar os projetos de investigação que o Serviço tem na área do cancro da próstata, rim e bexiga.


Elementos da equipa de Enfermagem


“Sou um produto completo da formação desta instituição"

Avelino Fraga licenciou-se no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), onde realizou mais tarde o doutoramento. Foi o primeiro aluno de Medicina daquele Instituto que entrou na especialidade de Urologia no HSA-CHP.

Todo o seu percurso foi realizado neste Serviço, do qual é diretor desde 21 de setembro de 2009. “Sou um produto completo da formação desta instituição e tal é a primeira vez que ocorre neste Serviço de Urologia”, frisa.

Além de ser professor catedrático convidado de Urologia do ICBAS e diretor do Serviço de Urologia do CHP, é diretor do Bloco Operatório do CHP, sendo também adjunto da Direção Clínica do mesmo centro hospitalar. Além disso, é presidente do Colégio de Urologia da Ordem dos Médicos (desde 2015).

O médico assume-se como um acérrimo defensor do lema de Abel Salazar “Um médico que só sabe Medicina, nem Medicina sabe“ porque, refere, “sem cultura, sem conhecimento geral, sem ‘mundo’, é muito difícil mantermo-nos atualizados e sentir as necessidades da população”.



A reportagem completa pode ser lida na edição de fevereiro do Hospital Público.

Distribuído de forma transversal nas unidades hospitalares do SNS de todo o país, o jornal Hospital Público promove a partilha de boas práticas, processos de melhoria contínua, projetos inovadores e iniciativas implementadas por profissionais dos hospitais públicos.

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