Teledermatologia na USF Garcia de Orta: «muito importante quando fazemos a referenciação à consulta»
Segundo Clara Fonseca, coordenadora da USF Garcia de Orta (Porto), "se alguns casos clínicos de doenças dermatológicas são resolvidos facilmente pelo médico de Medicina Geral e Familiar (MGF), outros exigem o olho clínico de um dermatologista". Nesse contexto, a responsável refere que, este ano, o Fórum de Dermatologia, organizado pelo Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Porto, e agendado para os dias 25 e 26 de novembro, conta, mais uma vez, com a participação da USF Garcia de Orta, como representante dos cuidados de saúde primários".
Na sessão dedicada à apresentação e discussão de Casos Clínicos, refere a especialista de MGF que "tanto a USF Garcia de Orta como os colegas dermatologistas vão partilhar casos clínicos, bem concretos, permitindo trocar experiências, esclarecer dúvidas e reforçar o contacto já existente entre a USF Garcia de Orta e o Serviço de Dermatologia do Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto (HSA-CHP)".
Clara Fonseca explica que, "habitualmente, este tipo de patologias chega aos consultórios dos CSP num estádio muito inicial, o que pode dificultar o diagnóstico diferencial correto". Contudo, e uma vez que, "felizmente, a relação entre a USF Garcia de Orta e o Serviço de Dermatologia do HSA-CHP não podia ser melhor", o trabalho dos médicos e a saúde dos utentes saem beneficiados.
Teledermatologia "permite aos colegas do hospital orientar a situação"
A coordenadora da USF Garcia de Orta adianta que, "sempre que se tem alguma dúvida - por exemplo, nalguns nevos não é fácil perceber se existe alguma malignidade –, os médicos da USF podem contactar com o Serviço de Dermatologia através de teledermatologia. O uso da imagem, com boa resolução, permite aos colegas do hospital orientar a situação. Por vezes, são casos clínicos que acabam por ser resolvidos nos CSP, após esse apoio de um dermatologista."
E acrescenta que a teledermatologia também é uma ferramenta "muito importante quando fazemos a referenciação à consulta, pois, enviamos, juntamente com a história clínica, uma imagem da lesão existente. Desta forma, os colegas têm uma informação mais completa, que lhes permite uma triagem mais adequada em relação ao tempo para marcação da consulta."
"Mas não se pense que a MGF precisa referenciar todos os casos clínicos", afirma a médica de família. E esclarece que "existem, de facto, doenças dermatológicas que, a priori, exigem um acompanhamento contínuo por um dermatologista, devido à sua complexidade e cronicidade".
No entanto, "muitas vezes, o médico de MGF tem conhecimentos e competências para tratar vários casos clínicos. Exemplo disso são a acne, a rosácea, o eczema atópico, as infeções fúngicas, bacterianas, víricas e parasitárias, a dermatite seborreica e a urticária."
Em jeito de conclusão, refere Clara Fonseca, "para bem dos utentes do SNS, é fundamental apostar na excelente articulação entre os diferentes níveis de cuidados de saúde, para que, sempre que exista alguma dúvida ou surja um caso urgente, o médico de família possa contar com o apoio dos serviços hospitalares na correta e atempada orientação".