Terapêutica endovascular: O papel da farmacoterapia local na prevenção de reestenoses pós-angioplastia

A remodelação celular através de farmacoterapia local aplicada à patologia arterial obstrutiva e à patologia tromboembólica venosa é uma área “promissora”, segundo José Daniel Menezes, presidente da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV).

Em declarações à Just News, no âmbito do curso “Farmacoterapia de atuação local em terapêutica endovascular”, promovido pelo Núcleo de Biologia Vascular da SPACV, sob a coordenação de Frederico Bastos Gonçalves, José Daniel Menezes afirmou que as novas terapias endovasculares que utilizam farmacoterapia local podem ser importantes na dissolução dos coágulos e na prevenção de reestenoses pós-angioplastia.



“Há estudos em desenvolvimento que têm como objetivo provar que esta arma terapêutica possibilita um aumento da taxa de permeabilidade primária e uma diminuição da reestenose quando utilizada em angioplastia com balão (DEB - Drug Eluting Balloon) ou com implantação de stent (DES - Drug Eluting Stent), em territórios onde os resultados das mesmas técnicas sem a adição farmacológica são piores, como nos setores da artéria femoral superficial ou femoro popliteu e das artérias distais", referiu.

E acrescentou que "os fármacos utilizados são vários e as ações distintas, mas o paclitaxel -- que é o mais utilizado e é um citostático -- atua na parede da artéria e controla o mecanismo de reação celular à agressão, retardando a fibrose que causa a reestenose, o grande problema precoce de todas as angioplastias“.



Segundo José Daniel Menezes, este não é ainda um assunto totalmente claro e isento de crítica ou contestação "porque a prova ter-se-á que fazer na relação custo-eficácia comparada", sublinhou. A tendência é, no seu entender, a sua aceitação na comunidade científica vascular como um real benefício, sendo, porém, necessário aguardar pelos resultados de maiores estudos randomizados.

O presidente da SPACV aproveitou a oportunidade para realçar o importante trabalho que é desenvolvido pelos núcleos da Sociedade, como, por exemplo, o Núcleo de Biologia Celular, que agora realizou este curso em Arouca. 



Patrícia Napoleão, Pedro Amorim, Daniel Brandão e Ruy Fernandes e Fernandes foram alguns dos formadores que estiveram presentes nesta ação de formação.


O empenho e boa disposição dos formadores e participantes facilitou a aquisição de conhecimentos.


Frederico Bastos Gonçalves, coordenador do Núcleo de Biologia Vascular da SPACV, com José Daniel Menezes.





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