Terapêuticas do cancro do pulmão: «a necessidade de conhecer e tratar dos efeitos secundários»

O diretor do Serviço de Pneumologia B do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Barata, sublinhou, este sábado, durante as 4.as Jornadas do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP) da APMGF, a importância dos participantes da reunião conhecerem e tratarem os efeitos secundários associados às múltiplas terapêuticas do cancro do pulmão. 



Segundo o especialista, "apenas 15% do total de doentes que diagnosticamos diariamente sobrevivem 5 anos", sendo que "cerca de 15% dos novos casos são diagnosticados num contexto acidental (radiografia do tórax realizada por outra suspeita ou como avaliação pré-operatória)".

Quanto aos restantes 85% de casos diagnosticados, é com base em "um ou vários sintomas causados pelo crescimento tumoral local (hemoptise, tosse, dor torácica ou dispneia), pelo crescimento locorregional invasivo (rouquidão, síndrome da veia cava superior, derrame pleural, disfagia, dor no ombro) ou pela disseminação metastática ao osso (dor persistente ou fratura) ou ao cérebro (cefaleias, tonturas, alterações comportamento)".

Fernando Barata esclarece que estas situações "justificam a realização de exames de imagem muitas vezes complementados por estudos biópsicos que conduzem ao diagnóstico".



Após ser conhecido o diagnóstico e o estadiamento da doença, "temos hoje disponíveis um leque muito complexo de terapêuticas e associações terapêuticas". Contudo, sublinha o médico, "todas as terapêuticas possuem toxicidade maior ou menor, muito específica de grupo terapêutico" e desenvolve:

"Todos conhecemos a anemia, neutropenia, náuseas, vómitos ou alopecia associada à quimioterapia. Todos já vimos algumas das reações cutâneas, fadiga e diarreia associadas às terapêuticas alvo. Estamos alertados para as reações associadas à imunoterapia – pneumonite, hepatite, nefrite ou alterações endocrinológicas."



Assim, e neste contexto, Fernando Barata considera que, além de um reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de cancro do pulmão, "há por parte de todos os reunidos neste congresso a necessidade de conhecer e tratar dos efeitos secundários associados a todas as múltiplas terapêuticas, hoje disponíveis para dar aos nossos doentes mais vida com qualidade de vida".

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