The Stepping Stone to Clinical Research é «o 1.º passo de um salto decisivo para a investigação»
Pela terceira vez, a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa acolheu o evento The Stepping Stone to Clinical Research, que conta com a organização dos alunos de 1.º ano do Mestrado de Investigação Clínica, no contexto da unidade curricular Seminários. O evento decorreu a 28 de maio e teve como objetivo a partilha de conceitos, ideias e experiências que fundamentam a importância da investigação clínica na sociedade e realçam as oportunidades de crescimento existentes na área.
“Com este evento, pretendemos que os alunos ganhem aptidões em termos operacionais, de comunicação, planeamento e organização, skills muito importantes para desenvolverem atividades não só de coordenação e monitorização, mas também de gestão de projeto, regulamentação ou monitorização associadas à investigação clínica”, começou por destacar Inês Zimbarra Cabrita, membro da Comissão Científica e da Comissão Coordenadora do Mestrado em Investigação Clínica, na Sessão de Abertura.
Zimbarra Cabrita
Ao longo de um dia, os alunos puderam discutir o futuro dos ensaios clínicos centrados no doente, estudos de iniciativa do investigador, terapias avançadas em investigação clínica e literacia em investigação clínica.
Para a profissional, este evento é “o 1.º passo de um salto muito importante e decisivo para a investigação”, na medida em que “precisamos de alunos críticos, empenhados, confiantes e capazes”.
Além deste evento, Inês Zimbarra Cabrita refere que também é da responsabilidade dos alunos deste Mestrado a realização do podcast “Sob a lupa da Investigação Clínica”, que tem como objetivo trazer para reflexão o tema da investigação clínica e dos ensaios clínicos. Este é um podcast CETERA em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, iniciado em 2021.
“A investigação clínica é essencial em qualquer estrutura médica académica”
Para Fausto Pinto, professor coordenador e membro da Comissão Científica deste Mestrado, “a investigação clínica é essencial em qualquer estrutura médica académica”. Avaliando o que sucede na FMUL, reconhece que “a instituição tem calculado esse desiderato de poder desenvolver projetos de investigação clínica de forma consistente e robusta”.
Com vários aspetos em torno desta área, Fausto Pinto destaca o recente desenvolvimento dos protocolos colaborativos, com “a inclusão daqueles que devem ser os diretamente interessados nos ensaios clínicos – os doentes –, o que é um avanço bastante interessante”.
Fausto Pinto
O médico, que dirige também o Departamento de Coração e Vasos da ULS de Santa Maria e preside ao Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, adianta estar em processo de criação o Instituto de Investigação Clínica da FMUL, que irá “congregar os vários grupos da instituição que se dedicam a esta área”, e representa uma “forte aposta do Centro Académico de Medicina de Lisboa no futuro da investigação clínica”.
Fausto Pinto considera que, de uma forma geral, “a comunidade científica tem impulsionado bastante a investigação clínica ao longo dos anos” e reconhece o trabalho realizado pelos académicos clínicos no sentido “não só de desenvolver a investigação clínica, mas, sobretudo, de se mostrarem competitivos e poderem trazê-la para Portugal”. Afinal, “importa trabalhar não só entre muros, mas também em termos internacionais, e muitos de nós temos conseguido fazê-lo”, remata.
Este evento contou, entre outros elementos, com a colaboração de Joaquim Ferreira, professor coordenador e membro da Comissão Científica do Mestrado, e de Francisca Patuleia Figueiras, professora auxiliar convidada da FMUL, que integra igualmente as comissões Científica e Coordenadora.
O artigo pode ser lido na revista Coração e Vasos 20 - maio/agosto 2025.

