Tratamento do enfarte em Portugal: um problema de logística e de organização

O enfarte agudo do miocárdio foi o tema central do “Santa Marta – 9th Lisbon Summer Meeting”, que decorreu no último fim de semana, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Em declarações à Just News, Rui Cruz Ferreira, responsável pela Cardiologia do Hospital de Santa Marta/Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) e codiretor do evento, referiu que o principal problema relacionado com esta temática prende-se, sobretudo, com questões logísticas e de organização, que têm de ser ultrapassadas, a fim de ser prestado um tratamento atempado ao doente.



“Todos os hospitais e departamentos deveriam lutar por conseguir manter uma organização eficaz, em termos de acessibilidade e de capacidade de resposta, seguimento organizado e controlo de resultados”, explicou.



E acrescentou: “Somos um centro com relevância, queremos manter-nos assim e para tal teremos de ir adaptando a nossa atividade à realidade nacional. Portanto, temos de manter sempre este debate aceso.”

Marco Costa, professor da Case Western Reserve University Hospitals, Cleveland, salientou que, em Portugal, o enfarte agudo do miocárdio é “um sério problema público”.

“Nos EUA, o tratamento do doente com enfarte é uma prioridade, tanto nos centros de transporte como nos hospitalares. Este é um tratamento global que não deveria ter diferenças, uma vez que estes doentes têm grande probabilidade de mortalidade”, disse à Just News.

Segundo considera, Portugal tem “hospitais altamente qualificados”, tratando-se de “um problema de logística” e não médico. “Aqui, o tempo é o mais importante!”



No seu entender, esta é uma área, tal como a do tratamento do acidente vascular cerebral, que ilustra a estrutura nacional de saúde. “Nos EUA, estas são algumas das métricas para definir se os hospitais estão bem estruturados, sendo estes penalizados se os seus percentuais se encontrarem abaixo dos nacionais”, explicou.

Fazendo referência a esta quase década de parceria, ambos os especialistas mencionam ser algo muito vantajoso e positivo para ambas as partes. “Para nós, é muito importante contar com um parceiro do outro lado do Atlântico, uma vez que nos dá uma dimensão diferente e nos permite conhecer outra realidade”, observou Rui Cruz Ferreira.



Marco Costa salientou ter-se verificado uma grande evolução da Medicina Cardiovascular, em Portugal, nos últimos 10 anos e afirmou ser, para si, “uma honra enorme” poder ter participado. “Beneficiamos muito com esta colaboração e relacionamento, uma vez que temos também acesso a tecnologias que na Europa têm início mais cedo do que nos EUA.”

A mesa da sessão de abertura desta 9.ª edição do encontro contou com a participação de Rui Cruz Ferreira, Marco Costa, Miguel Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, e Ana Escoval, presidente do Conselho de Administração do CHLC. Marcou, ainda, presença na mesa Sousa Guerreiro, diretor clínico do mesmo centro.







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