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Tratamento dos doentes coronários: «Portugal encontra-se ao nível do melhor que se faz na Europa»

Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), “do ponto de vista do tratamento dos doentes coronários, Portugal encontra-se ao nível do melhor que se faz na Europa”. “Temos uma excelente rede de unidades de Cardiologia de Intervenção, havendo apenas uma região, a Beira Interior, com uma menor cobertura”, avança.

No que respeita à intervenção estrutural, Hélder Pereira refere que Portugal está ainda muito abaixo dos seus parceiros europeus. “A APIC tem de saber demonstrar que estas terapêuticas, em particular as próteses aórticas, são custo-efetivas e de grande benefício para uma população portuguesa”, sublinha.

O responsável recorda que, na década passada, Portugal era um dos países com uma das mais baixas taxas de angioplastia primária (19%), em franco contraste com os países do norte da Europa, com taxas superiores a 80%.

A APIC integrou o Stent for Life, iniciativa conjunta da Associação Europeia de Intervenção Cardiovascular Percutânea (EAPCI), um núcleo da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), e da EuroPCR, que resultou de, na Europa, se verificarem importantes discrepâncias ao nível do acesso à angioplastia primária (PPCI), em fevereiro de 2011. Na altura, foi constituída uma “task force” que identificou três vetores que reúnem as principais barreiras a um bom desempenho da PPCI: doentes, INEM e hospital.

“Doentes” porque somente uma minoria liga para o 112, sendo que uma importante percentagem dirige-se para os hospitais pelos seus próprios meios. “O tempo que medeia entre a entrada num hospital secundário e a saída do mesmo não deverá ultrapassar os 30 minutos”, recorda.

“A organização atual das urgências hospitalares, a par das dificuldades de assegurar um transporte secundário adequado, levam a que se gaste um tempo precioso na referenciação dos doentes”, afirma, sublinhando que, por este motivo, a APIC tem estado extremamente empenhada na campanha de sensibilização da população “Não perca tempo – Salve uma vida”.

Relativamente ao INEM, o presidente da APIC lembra que, quando a campanha teve início, este não estabelecia, de forma sistemática, contacto direto com o Centro de Cardiologia de Intervenção. Presentemente, adianta, “o INEM liga diretamente para o hospital de Cardiologia de Intervenção, conduzindo o doente diretamente para a sala de cateterismos”.

Por outro lado, passou também a assegurar o transporte secundário entre hospitais sem Cardiologia de Intervenção e hospitais com Cardiologia de Intervenção, o que “tem um importante impacto na redução dos tempos de isquemia”.

Quanto à terceira barreira – hospital –, no contexto de um programa que visa regionalizar o programa Stent for Life, Hélder Pereira refere que têm-se vindo a organizar, ao longo de todo o país, reuniões entre os centros de Cardiologia de Intervenção e os hospitais referenciadores, os centros de saúde e o INEM. Este projeto, denominado Stent Network Meeting, tem sido um “sucesso” e tem permitido que, a nível regional, se busquem “as melhores soluções, de forma a aumentar o acesso dos doentes à PPCI”.

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