Tratamentos de fertilidade: «É urgente reduzir as listas de espera no Serviço Nacional de Saúde»

No âmbito da semana Europeia da Fertilidade, assinalada de 6 a 12 de novembro, a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR) apela às entidades governamentais, para a necessidade de serem tomadas medidas que reduzam as listas de espera no Serviço Nacional de Saúde.

Por outro lado, alerta para a importância da referenciação atempada dos doentes para os Centros de procriação medicamente assistida pelos cuidados de saúde primários.

Segundo Pedro Xavier, presidente da SPMR, "o tempo médio de espera para um tratamento nos hospitais públicos é de um ano e meio: quatro a cinco meses para a primeira consulta e um ano para o tratamento". Sublinhando que "estes números assustadores não ficam por aqui", acrescenta:

"Se for necessário recorrer à doação de gâmetas (ovócitos e espermatozoides), chega a demorar três anos. Estes casos dizem respeito, por exemplo, a homens que produzam poucos ou nenhuns espermatozoides ou mulheres com má qualidade dos seus ovócitos ou mesmo em menopausa precoce.”


Pedro Xavier

Lembrando que, em Portugal, há cerca de 300 mil casais inférteis, um número que "tem vindo a aumentar devido a questões como o adiamento da maternidade, o sedentarismo, ou o consumo de tabaco e álcool", o especialista afirma que "é urgente apoiar os casais no seu acesso aos tratamentos de procriação medicamente assistida no setor público”.

Na sua opinião, é também necessário chamar a atenção para a "preservação do potencial reprodutivo através da congelação de ovócitos, como uma estratégia potencialmente benéfica para as mulheres que não podem, ou não querem engravidar no imediato".

Ou seja, conforme esclarece o médico, "os ovócitos são criopreservados e mantidos em equipamentos próprios, e quando a gravidez é desejada, são descongelados e usados em fertilização in vitro, sendo depois os embriões implantados no útero da mulher".

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