Triagem Telefónica de Manchester nos Açores permite «uma melhor gestão de recursos»

Mais equidade e qualidade na prestação de cuidados e uma poupança significativa para o sistema de Saúde e para os doentes são alguns dos resultados já obtidos com a implementação da Triagem Telefónica de Manchester no arquipélago dos Açores. Os dados foram divulgados na segunda Reunião Internacional do Grupo Português de Triagem, que se realizou em Lisboa, e que contou com a presença do secretário regional da Saúde, Luís Cabral.



Desenhado pelos grupos inglês e português de Manchester e pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, o inovador modelo, implementado há cerca de ano e meio no arquipélago, terá permitido poupar mais de 400 mil euros, só no transporte com ambulâncias e com a taxa fixa de admissão nos serviços de urgência, revelaram os médicos e enfermeiros que apresentaram o primeiro balanço do modelo açoriano no auditório do INFARMED.

“A nossa grande inovação tem a ver com o facto de termos aplicado o sistema de triagem com clínicos, num processo de triagem primário, o que se traduziu numa melhor gestão de recursos, que são agora geridos em função das prioridades”, explicou Filipe Ribeiro, enfermeiro e auditor interno no Hospital do Santo Espírito, em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira.



Segundo o enfermeiro, passou-se da “ausência de uma resposta integrada e equitativa em toda a região para um cenário que cria um procedimento estruturado e com regras e que permite dar resposta ao lema: atendimento aos utentes no tempo certo, no lugar certo e com a resposta certa”.

A implementação da Triagem Telefónica e Aconselhamento nos Açores arrancou em dezembro de 2013. Concentra todas as chamadas de aconselhamento e de emergência. Os meios do pré-hospitalar são ativados consoante a triagem. As pessoas ou permanecem em casa e são avaliadas novamente por telefone, ou são encaminhadas para uma consulta nos centros de saúde, que é marcada pelo enfermeiro que está na central de telefone. Nos casos em que há risco de vida, é enviada uma viatura de Suporte Imediato de Vida mais uma ambulância.

“No modelo anterior, só 74,1% dos açorianos tinham um meio mais diferenciado à porta em situações de risco de vida, uma vez que havia um excesso de chamadas. Agora, 99,6% têm acesso a esse tipo de resposta. Deixou de haver uma situação de assimetria. Foi possível melhorar a assistência médica, poupar recursos e aumentar o grau de satisfação”, sublinhou.





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