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UCF Reumatologia do Centro implementa projeto para reduzir as fraturas osteoporóticas

Nos últimos meses, a Unidade Coordenadora Funcional de Reumatologia do Centro (UCF.RC) tem estado a trabalhar no seu "projeto-bandeira 2019-2020", que visa diminuir a ocorrência de fraturas osteoporóticas.



Os resultados do trabalho já desenvolvido foram apresentados o mês passado, durante o 4.º Workshop da UCF.RC, um projeto pioneiro em Portugal, que integra o Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) e três Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) daquela região.

Segundo o reumatologista José António Pereira da Silva, que preside ao Conselho Coordenador da UCF.RC, neste momento os esforços têm-se centrado, sobretudo, na definição  de um algoritmo de intervenção, isto é, “nas formalidades a ter quando se procede ao rastreio do risco de fratura osteoporótica e também quais as decisões a tomar no que respeita à orientação a dar aos doentes”.


José António Pereira da Silva

O especialista, e diretor do Serviço de Reumatologia do CHUC, adianta que o rastreio ficará essencialmente a cargo dos enfermeiros dos ACES, acoplado ao rastreio do carcinoma colorretal, que receberão, para isso, formação sobre fatores de risco para fraturas, ministrada pelos enfermeiros do Serviço de Reumatologia do CHUC.

 “Os doentes que tenham um risco mais elevado são referenciados para os médicos para iniciar terapêutica medicamentosa”, explica. E acrescenta: “Todos os doentes, com maior ou menor risco, serão mantidos numa avaliação regular do risco de fratura e educação para a saúde, com um intervalo máximo de dois anos.”

De acordo com José António Pereira da Silva, "estes algoritmos de decisão estão a ser inseridos no SClínico, de modo a facilitar o seu uso e a potenciar ao máximo a utilização destas ferramentas para benefício da população".



Recordando que a ideia destes workshops é "reforçar a cooperação entre especialistas de Reumatologia e de Medicina Geral e Familiar, assim como entre os enfermeiros hospitalares e dos cuidados de saúde primários", José António Pereira da Silva menciona que uma parte do último encontro foi dedicada à revisão de temas escolhidos pelos médicos de família da Região Centro.

“Houve um conjunto de preleções dedicadas ao tratamento da dor musculoesquelética, incluindo a escolha de fármacos e ainda as intervenções não medicamentosas mais eficazes para o tratamento dos diversos tipos e causas de dor”, indica.

Os médicos puderam assistir ainda a uma sessão especificamente dedicada ao tratamento farmacológico da osteoporose.


Andréa Marques é o elemento mais antigo de Enfermagem da Consulta Externa, que integrou em janeiro de 2010

O programa incluiu, também, sessões especificamente dirigidas aos enfermeiros sobre o "projeto bandeira", nas quais foram partilhadas várias indicações relativamente à parte dos algoritmos, desde a importância do exercício físico, os testes de equilíbrio e de avaliação da capacidade motora, entre outros aspetos.

"Este foi o Workshop mais concorrido até ao momento", sublinha o médico, revelando que "estiveram mais de 60 enfermeiros de família e mais de 45 médicos de família, representando a esmagadora maioria das unidades de saúde dos três ACES que integram a UCF.”



Na sua opinião, “todo o workshop esteve rodeado por um espírito de grande empenho e entusiasmo, o que, naturalmente, nos dá uma enorme satisfação e uma grande expectativa de que possamos atingir os nossos objetivos".

E que objetivos são esses? "Melhorar os cuidados prestados aos doentes reumatológicos, começando pelos cuidados prestados pelo médico de família, a triagem feita pelos serviços de Reumatologia e a rapidez e qualidade do seu atendimentos nesses mesmos serviços.”



UCF.RC já permitiu "melhorias significativas" na referenciação precoce de artrite

Durante este workshop, houve espaço para fazer um balanço do trabalho já desenvolvido e relacionado com o "projeto-bandeira 2018-19", lançado o ano passado e apresentado na primeira reunião da unidade. Este último grande objetivo da UCF.RC  dizia respeito à “referenciação precoce de portadores de artrite ou artralgia clinicamente suspeita” e os resultados são bastante animadores.



José António Pereira da Silva esclarece que avaliou-se a identificação e referenciação precoce de casos de artrite através de um levantamento de um conjunto de casos referenciados para o Serviço de Reumatologia do CHUC, antes do início da UCF.RC e posteriormente.

“Foi observada uma melhoria significativa na qualidade da informação passada ao reumatologista que faz a triagem", revela o especialista. 

Não escondendo a satisfação pelos resultados positivos, "só possível pelo grande empenho de todos os profissionais", o médico destaca, sobretudo, "o excelente resultado na diminuição do tempo mediado entre o início de sintomas e a consulta de especialidade, que foi reduzido para muito menos de metade”.



Replicar a estratégia utilizada pela UCF de Reumatologia 

Até agora, a UCF.CR é a única unidade deste tipo no país na área da Reumatologia, tendo surgido de um trabalho conjunto entre o referido serviço e membros dos ACES daquela região.

A organização é centralizada num Conselho Coordenador, que integra representantes de médicos, enfermeiros e Serviço Social do CHUC e de cada um dos ACES participantes. A estrutura integra o CHUC, os ACES Baixo Mondego, Pinhal Interior Norte e Pinhal Litoral, mas está aberta à participação de quaisquer outras unidades de Saúde da Região Centro.



“Em cada unidade de saúde destes ACES foram designados dois elos reumatológicos locais – um médico e um enfermeiro. A cada um corresponde um elo reumatológico central (médico ou enfermeiro respetivamente) no CHUC, que constitui o seu elemento de ligação facilitada para dúvidas, referenciação de casos ou outros assuntos”, recorda.

José António Pereira da Silva refere que o modelo da UCF tem sido estudado por outras unidades. A título de exemplo, o especialista menciona que a Unidade que coordena recebeu um pedido de um dos serviços do CHUC para "poder replicar a estratégia utilizada e tentar criar uma unidade coordenadora funcional na sua área de patologia", o que reconhece ser algo "muito satisfatório”.


Andréa Marques e José António Pereira da Silva

Abril de 2020

Como é habitual, no encontro foi definido o programa para o próximo workshop e detalharam-se metas a alcançar que, conta, “neste momento passam sobretudo pela implementação do algoritmo para as fraturas osteoporóticas”.

Ficou definido que o 5.º Workshop da UNF.RC terá lugar em abril de 2020. Nessa altura, será apresentado o estado da implementação do projeto bandeira 2019, as suas dificuldades e as oportunidades de desenvolvimento de boas práticas. Vai ser o momento, também, de decidir o "projeto-bandeira 2020".

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