Unidades de dor «assumem papel fundamental nas situações crónicas»

“Os conselhos de administração devem dar mais atenção às unidades de dor”, defendeu Beatriz Craveiro Lopes, presidente do 15.º Convénio ASTOR/24.as Jornadas da Unidade Dor do Hospital Garcia de Orta. Apesar de “não ter razões de queixa do HGO”, a responsável realçou as dificuldades que este tipo de unidades costuma ter a nível nacional, mesmo “assumindo um papel fundamental na dor crónica”.

O evento reuniu os maiores especialistas nacionais em dor no auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Beatriz Craveiro Lopes enalteceu, na sessão de abertura do evento, que “é preciso contratar mais recursos para as unidades de dor, que prestam cuidados a muitas pessoas e com pouco dinheiro”.



A coordenadora da Unidade Dor do HGO relembrou ainda que “o evento científico que reúne a família da dor em Portugal” vai celebrar, em 2018, as Bodas de Prata. “Vai ser um momento de muita confraternização, para o qual estão todos convidados”, disse.

Daniel Ferro, presidente do Conselho de Administração do HGO, salientou o trabalho desenvolvido pela Unidade Dor daquele hospital, que “tem cumprido a sua missão, apesar de os recursos não serem os ideais, tendo sempre uma equipa motivada”. Informou ainda que, dentro de dois anos, a Unidade vai ter um espaço mais adequado aos cuidados prestados.

Mudanças que fazem todo o sentido, como sublinhou, por sua vez, a diretora clínica do HGO, Ana Paula Breia. “Estas unidades devem crescer humana e tecnicamente, face ao bem-estar e à qualidade de vida que proporcionam aos doentes.”



Este ano, foi convidado a integrar a Comissão Organizadora a Unidade Multidisciplinar de Dor do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte. Lucindo Ormonde, diretor do Serviço de Anestesiologia do HSM-CHLN, na sua intervenção, reconheceu Beatriz Craveiro Lopes como “o ícone da luta contra a dor”. Quanto à Unidade de Dor que integra o seu Serviço, observou que esta “tem prestado um trabalho de elevada qualidade”.

A coordenadora da Unidade, Teresa Fontinhas, sublinhou a satisfação em ter feito parte da organização de um evento “onde se encontram os mais variados especialistas em dor, que podem partilhar experiências, conhecimentos e angústias”.

Na mesa da sessão de abertura estiveram ainda presentes Manuel Pedro Ribeiro da Silva, presidente da ASTOR – Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor, e Ana Pedro, a nova presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED). Ambos salientaram o papel do evento no debate da dor e de como é essencial apostar na prestação de cuidados nesta área, assim como na investigação.


Manuel Pedro Ribeiro da Silva, Ana Pedro, Teresa Fontinhas, Luís Ormonde, Beatriz Craveiro Lopes, Ana Paula Breia e Daniel Ferro.

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