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USF Serra da Lousã: Em busca da qualificação da referenciação clínica

“Na nossa USF, nenhum médico referencia um doente para o hospital sem discutir o caso com os colegas, na reunião semanal. Esta é uma das vertentes mais importantes da governação clínica nos Cuidados de Saúde Primários.” Quem o afirma é João Rodrigues, coordenador da USF Serra da Lousã, distrito de Coimbra, e que, atualmente, também preside à Associação Nacional das USF (USF–AN). 


O objetivo é debater os casos clínicos em equipa, “o que vai permitir referenciar apenas quando é necessário e otimizar o conhecimento dos profissionais de saúde”. É o que, segundo João Rodrigues, se chama a qualificação da referenciação clínica. Esta é uma aposta forte da USF Serra da Lousã. 

Em entrevista à Just News, publicada no Jornal Médico de janeiro, no âmbito de uma reportagem sobre a unidade, João Rodrigues afirma que “é importante partilhar e debater os casos clínicos antes da referenciação e esta área nobre devia existir em todas as USF”, e acrescenta:

“Um dos defeitos da MGF é o isolamento, devemos aproveitar esta reforma para tomar decisões em equipa, só assim se consegue evitar a referenciação mal feita e ter verdadeiros cuidados de proximidade.”

Existe assim uma ligação entre a governação clínica e a formação. “É inevitável esta interligação, que traz benefícios para os profissionais de saúde, para os internos na sua formação e para os doentes, que se sentem satisfeitos por verem o seu caso discutido por vários clínicos.”


Núcleo da Felicidade para evitar o burn-out e uma USF sem hierarquia


Para se prestar bons cuidados é preciso que todos os elementos que integram a USF – médicos, enfermeiros, secretários clínicos, assistentes operacionais – se sintam bem. “Realizamos várias atividades ao longo do ano, como caminhadas pela serra, jantares, almoços, atividades desportivas, vídeos, para que as pessoas se conheçam fora daqui e possam carregar baterias, evitando-se as situações de burn-out.”

O Núcleo da Felicidade existe quase desde o início da USF. “Começámos a perceber que era essencial apostar nesta via, tendo em conta a exigência e responsabilidade do nosso trabalho.”

Este Núcleo revela ainda outra faceta da USF Serra da Lousã. “É um dos núcleos facilitadores, porque não temos interlocutores, trabalhamos todos mesmo em equipa.“ João Rodrigues explica: “Nesta unidade, não existe uma hierarquia pré-estabelecida, mas três grupos de profissionais, mais um, o dos assistentes operacionais. Todos têm direito a votar nas questões relacionadas com a USF no seio do Conselho Geral.”


O próprio coordenador é eleito para um mandato de um ano, além de existir o Conselho Técnico, representado por uma médica e um enfermeiro.





A reportagem completa sobre a USF Serra da Lousã pode ser lida no Jornal Médico de janeiro. Além de vários temas desenvolvidos por João Rodrigues, são ainda entrevistados outros profissionais da unidade.

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