USF Terras do Ave empenhada nos primeiros passos para a acreditação em Qualidade

“Confiança, solidariedade, cooperação, respeito e competência” são alguns dos valores pelos quais se rege a equipa da USF Terras do Ave, unidade que é tema de reportagem na atual edição do Jornal Médico. Durante a visita da Just News a este espaço, Álvaro Reis, coordenador da unidade, adiantou quais são os principais objetivos, recordando que, desde o início, os elementos da equipa, pretendiam "criar uma relação especial" com os utentes.


Constituída por 17 elementos – seis médicos, seis enfermeiras e cinco secretários clínicos –, a equipa está instalada num edifício com ótimas condições e afirma-se satisfeita com as infraestruturas e materiais de que dispõe, não sentindo quaisquer necessidades nesse sentido.

“Este espaço tem cerca de 10 anos e as condições são excelentes. Temos sete gabinetes médicos e 6 de enfermagem, onde um é destinado aos tratamentos de feridas, outro é um gabinete polivalente onde se podem realizar consultas, administrar terapêutica injetável e fazer nebulizações e os restantes 4 gabinetes são para a realização das consultas de enfermagem", esclarece Álvaro Reis.



A equipa é muito heterogénea, com profissionais de ambos os géneros e várias faixas etárias e, segundo o nosso entrevistado, o ambiente que aqui se vive é “muito bom”, com excelentes relações interpessoais.


“Há uma complementaridade entre todos e o facto de termos profissionais de várias idades – uns mais novos, outros com mais experiência – acaba por ser benéfico, uma vez que todos dão o melhor de si. Tem havido facilidade e uma boa coordenação no que respeita, por exemplo, a intersubstituições, por isso, tudo funciona bem, mesmo nos momentos mais críticos”, menciona.



Serviços fora da carteira básica são uma mais-valia para os utentes

“O nosso sucesso é a vossa saúde” é o lema da USF Terras do Ave e, segundo Álvaro Reis, foi criado, logo no início, pelos elementos da equipa, uma vez que pretendiam “criar uma relação especial” com os utentes.

“Queremos que sintam que são o centro da nossa atenção, que os cuidados que prestamos estão focados neles e na sua família e que o nosso sucesso é fruto desta nossa dedicação”, indica.

Com este lema e a missão de disponibilizar cuidados de saúde personalizados e de qualidade às famílias, garantindo a acessibilidade e globalidade dos mesmos e visando a satisfação de utentes e profissionais, a unidade funciona das 8h00 às 20h00 nos dias úteis e disponibiliza vários serviços ao doente.

Além da carteira básica – Saúde Infantil e Juvenil, Saúde de Adultos, Saúde Materna, Planeamento Familiar e Rastreio do Cancro do Colo do Útero, Consulta de Diabetes, Consulta de Hipertensão Arterial, Visitação Domiciliária, Vacinação e atitudes terapêuticas (pensos, injetáveis e outras) –, a equipa presta mais serviços aos utentes: Consulta de Terapia Compressiva para Úlceras de Pressão, Consulta de Pequena Cirurgia e Consulta de Hipocoagulação Oral.

A Terapia Compressiva é a técnica de eleição para o tratamento das úlceras de perna venosas, apresentando elevadas taxas de cicatrização. “Tivemos a ideia de lançar esta consulta como carteira adicional. Lançámos a candidatura, mas, dada a demora na sua aprovação, acabámos por avançar, uma vez considerar ser uma mais-valia para os nossos utentes”, observa.




Biblioterapia


Em colaboração com a Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, a USF Terras do Ave disponibiliza aos doentes um projeto de Biblioterapia, para que possam ter acesso a livros de autoajuda. A ideia foi de Álvaro Reis. Trata-se de um conceito com o qual teve contacto, há alguns anos, no estrangeiro. Achou benéfico e tentou replicar.

“Este projeto baseia-se na ideia de que a leitura também pode ser terapêutica. Cada vez mais, as prescrições não se limitam ao modelo tradicional e isto aplica-se, sobretudo, em patologias psicológicas ou psiquiátricas. Existem várias alternativas e a leitura pode ser uma delas.”

O coordenador observa que a população desta USF tem características que a diferencia das demais e que acabam por se refletir na sua saúde. O Vale do Ave foi, em tempos, uma zona de muitas empresas da Indústria Têxtil. Contudo, atualmente, é uma região com uma elevada taxa de desemprego neste ramo, tratando-se, sobretudo, de mulheres na faixa dos 40 anos e de muitos empresários que faliram.


“Isto tem repercussões em termos psicológicos, como ansiedades, perturbações do sono e depressões. Não são problemas graves, mas sim situações reativas a esta questão, porém, a consulta acaba por estar muito relacionada com isso”, indica.




Acreditação: um dos próximos passos

Quando questionado acerca dos próximos objetivos, Álvaro Reis responde ser a acreditação em Qualidade. “É um processo difícil, mas estamos já a dar os primeiros passos”, conta, acrescentando que, provavelmente, irão candidatar-se ainda este ano.

Num futuro próximo, gostariam também de poder aumentar o corpo clínico. Apesar de não existirem, nesta zona geográfica, utentes sem médico, Álvaro Reis considera que a gestão estaria mais facilitada se pudessem contar com mais um ou dois médicos, sobretudo no que respeita às ausências prolongadas, como férias e faltas por doença. Gostavam de ter também mais um enfermeiro.

O coordenador da USF Terras do Ave mostra-se realizado por poder trabalhar nesta reforma dos CSP, com o modelo unidade de saúde familiar: “É, sem dúvida, uma mais-valia e isso vê-se nos índices de satisfação, tanto dos utentes como dos profissionais de saúde”, indica.



Nascido a 25/03/1972, em Vila do Conde, distrito do Porto, Álvaro Reis licenciou-se em 1996, pela FMUP, e especializou-se em MGF, em 2002. Segundo conta, sempre quis seguir uma área que abordasse várias patologias e o doente como um todo. Não queria algo que o “limitasse” a um órgão ou sistema. Entre as duas opções que tinha, MGF e Medicina Interna, afirma ter sido fácil tomar uma decisão.

No entanto, apesar da paixão pela área que escolheu, sempre gostou também muito do tratamento de doentes agudos e, além de trabalhar em CSP, faz ainda serviço de urgência hospitalar: “Tento arranjar tempo para conciliar as duas coisas e complementar assim a minha atividade.”

A formação é, também, uma das suas paixões antigas. Contudo, apenas recentemente conseguiu dedicar-se a essa área, tendo realizado, há cerca de dois anos, um curso de formador de internos. “Desde então que temos recebido os médicos mais jovens e tem sido fantástico para a USF. Trouxeram uma energia de que precisávamos”, indica.

O símbolo transmite o essencial da ideia da USF:

- Proximidade à população que serve, o esforço para colocar o cidadão no centro da sua atenção e a preocupação com a qualidade da organização e dos cuidados de saúde prestados.
- Simboliza a família.

Além do coordenador da USF Terras do Ave, e tal como é habitual nas reportagens publicadas pela Just News sobre unidades de saúde familiares, são também entrevistados outros profissionais da equipa:
- Lilian Guimarães, enfermeira interlocutora, esteve envolvida na criação da USF e assumiu este cargo desde o início. “Inconscientemente, acabamos por ver os utentes como ‘nossos’", afirma.
- Manuel Campos, secretário clínico, está na unidade desde o início. A fase de criação deste projeto foi, na sua visão, “muito exigente, complicada e trabalhosa”. Todavia, considera ter valido a pena.





A reportagem completa pode ser lida na edição de maio do Jornal Médico.

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