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USF-AN alerta para o risco de «indiferenciados» virem a ocupar área da MGF

A USF-AN (Unidades de Saúde Familiar – Associação Nacional) considera que, ao querer antecipar a autonomia para o exercício da Medicina, a Ordem dos Médicos está a promover a indiferenciação de clínicos que, por sua vez, podem vir a ocupar parte do terreno da MGF, "como já aconteceu no passado". O tema esteve em debate no II Open Day USF-AN, que se realizou na Sala de Congressos da Secção Regional do Norte (SRN) da OM.

“Não se entende que a Ordem dos Médicos esteja a tentar criar uma dinâmica para voltar aos médicos indiferenciados, ao aceitar que haja autonomia [para exercer Medicina] ao fim de um ano [após a licenciatura], ou no fim da licenciatura”, afirmou João Rodrigues, coordenador da USF Serra da Lousã e representante da USF-AN no Open Day, considerando que, se a OM continuar a defender a tese do “quanto mais cedo melhor” para exercer Medicina, “iremos caminhar no sentido de que médicos indiferenciados ocupem muito da área da MGF, como já aconteceu no passado”.



João Rodrigues, que integrou uma mesa dedicada às alterações ao RIM (Regulamento do Internato Médico) e ao novo programa de MGF, apelou para a necessidade de se fazer uma “programação nacional” tendente a reduzir o numerus clausus em Medicina. “Se não fizermos isso, os nossos políticos vão pelo mais fácil”, ou seja, “vão forçar a Ordem a dar autonomia o mais cedo possível”, para que os médicos indiferenciados possam colmatar lacunas no público e no privado”.

Aliás, reforçou, “nós já passámos também por isso”. Todavia, Silva Henriques, que interveio a seguir em nome do Colégio da Especialidade de MGF, garantiu que não se admitirão médicos indiferenciados, quer em USF (aqui a lei exigirá até uma qualificação técnica elevada), quer noutras unidades e até, se possível, “serão retiradas idoneidades formativas no caso das USP” que tenham médicos nesta situação.

Quanto aos internos, a maioria terá ido até mais longe ao considerar que as vagas escolares em Medicina “são excessivas”. Álvaro Pereira, interno do 3.º ano da USF Bom Porto (ACES Porto Ocidental) e coordenador do Núcleo de Internos da USF-AN, por exemplo, lembrou que o aumento excessivo das vagas nos últimos anos (de 2005 a 2008) “está agora a refletir-se”, ou seja, o internato “atingiu a capacidade máxima formativa”.



Pode ler a notícia completa na edição de abril do Jornal Médico.

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