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Vacina já disponível em Portugal ajuda a prevenir a zona e a nevralgia pós-herpética

É muito importante prevenir o aparecimento da zona, também conhecida por herpes zoster, uma doença dolorosa e debilitante que afeta uma em cada quatro pessoas ao longo da vida.

Quem o disse foi Gorjão Clara, coordenador da Unidade de Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, no seguimento da apresentação dos resultados do inquérito “Zona e a sua prevenção – o que sabem os portugueses”.

E menciona: “A vantagem deste estudo é, exatamente, concluir a eficácia da vacina, a sua utilidade e inocuidade, uma vez que é muito bem tolerada e tem poucas ações secundárias. Por estas razões, e por aquilo que previne é, sem dúvida, uma mais-valia.”

Qualquer pessoa que tenha tido varicela, isto é, 95% da população europeia, está potencialmente em risco dado que a patologia resulta da reativação do vírus da varicela, que grande parte das pessoas tem durante a infância.

“O zoster é uma doença muito frequente em pessoas com mais de 50 anos, ou seja, quando a imunidade celular, que nos protege da sua agressão, baixa”, afirma.

A doença carateriza-se por uma erupção cutânea unilateral e pode levar a complicações extremamente dolorosas, como a nevralgia pós-herpética – uma condição de dor neuropática, de longa duração, causada pela lesão dos nervos pela ação do vírus.

Este risco e gravidade aumentam com a idade e o seu tratamento é, de acordo com Gorjão Clara, muito difícil. “A medicação não é muito eficaz. Grande parte destes doentes tem uma idade avançada e os fármacos utilizados podem ser considerados inapropriados. É difícil escolher a medicação certa e ter uma terapêutica eficaz”, menciona.

Muitos doentes, explica, devido à sua idade, têm outras doenças crónicas, como insuficiência cardíaca, doença coronária, hipertensão arterial, diabetes, entre outras, e “a dor intensa cria condições de desequilíbrio” de todas estas patologias e faz com que, muitas vezes, deixem de cumprir a terapêutica para essas mesmas patologias, obcecadas e incomodadas com a dor que não conseguem controlar.

“Para quem trata pessoas idosas, o zoster tem este duplo aspeto, além de doença em si mesmo, tem esta característica de poder descompensar e agravar as pré-existentes. A alternativa que temos é não ficar à espera que a doença apareça para a tratar, mas sim, agora que dispomos da vacina, prevenir o seu aparecimento ou fazer com que, se surgir, seja mais atenuada nas suas manifestações e sintomas”, conclui.

Não sendo um tratamento para a zona ou nevralgia pós-herpética, a vacina ajuda a prevenir o seu risco no futuro. Está aprovada para comercialização na Europa, para a vacinação de adultos com mais de 50 anos e deve ser administrada numa só injeção.

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