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Vai ser lançado o «Plano Hospitalar para Idosos», um guia para todas as unidades hospitalares

Está para breve o lançamento do livro “Plano Hospitalar para Idosos” (PHI), que pretende ser um guia sobre algumas das particularidades que afetam a população mais envelhecida e que exigem uma atenção redobrada e uma intervenção precoce por parte dos profissionais de saúde, mas não só.

“É um programa de cuidados adaptados à realidade portuguesa e que abrange a participação de diferentes grupos profissionais”, explica Pedro Madeira Marques, um dos autores e médico internista.

O livro foi escrito por três médicos e uma nutricionista, mas teve também a colaboração de outros profissionais, como fisioterapeutas, enfermeiros especialistas em Enfermagem de Reabilitação e terapeutas da fala.

O objetivo é apresentar um programa para que se previna "duas entidades clínicas que costumam afetar os mais idosos que são internados: A síndrome confusional aguda ou delirium e a síndrome de imobilidade".

Em declarações à Just News, Pedro Madeira Marques sublinha que "são ainda subdiagnosticadas e subtratadas, apesar de terem uma prevalência de 50-90% e de a sua prevenção ser possível em 30% dos casos”.


Pedro Madeira Marques

As linhas orientadoras do PHI inspiram-se numa publicação norte-americana, HELP (Hospital Elder Life Program). Contudo, está adaptado à realidade da população e dos hospitais portugueses.

De acordo com o médico, “90% do conteúdo é criado de raiz, além de termos acrescentado a síndrome de imobilidade, por ainda ser comum manter os doentes acamados demasiado tempo.”

“Os nossos hospitais não estão preparados”

Outro dos autores é João Gorjão Clara, que se dedica à Geriatria há muitos anos, tendo sido o coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) até outubro do ano passado. O seu desejo é que este livro possa "dar um contributo para a mudança do atual panorama", o que considera urgente, conforme explica:

“Quer a construção do hospital, quer a intervenção assistencial não acautelam a perda da autonomia motora, a preservação da integridade cognitiva e emocional dos idosos internados.”


Por outras palavras, “os nossos hospitais não estão preparados para o internamento de doentes idosos, com idade média de 80 anos”, acrescenta, em declarações à Just News.


João Gorjão Clara

O PHI contempla várias vertentes que podem ser consultadas por profissionais de saúde, "mas também por arquitetos, por causa das instalações, por cuidadores e por administradores hospitalares". Pode-se, assim, aceder a informações sobre medidas a adotar pelas equipas multidisciplinares (organização, diálogo constante e reuniões com todos os profissionais, por exemplo); construção do hospital e recursos materiais; e o papel de voluntários e familiares.

Permite também ser adaptado para satisfazer as necessidades das instituições da Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados e das Estruturas Residenciais para Doentes Idosos.

Pode-se ainda ter acesso a 13 protocolos que facilitam a aplicabilidade do que é exposto e anexos, inclusive em versão digital. “A educação e sensibilização das equipas é fundamental, não basta ter os meios mais adequados”, refere Pedro Madeira Marques.

Concluindo: “Este é um livro para todos os hospitais, porque os protocolos podem ser adaptados. Não interessa se é uma unidade central ou periférica, pública, social ou privada.”


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