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«É muito importante deixar de pensar: ´Estou em menopausa, estou no fim de vida`»

É importante as mulheres na menopausa aprenderem a sentir-se bem. Esta será a principal mensagem que os profissionais do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HESE pretenderam transmitir, sobretudo à MGF, ao investirem no evento que se realizou em Évora no último sábado de maio e a que chamaram “Um Dia com a Menopausa”.

Ao dar as boas-vindas a todos os participantes, o ginecologista Fernando Fernandes quis deixar bem claro o que pretendeu com esta reunião o Serviço que dirige no Hospital do Espírito Santo de Évora, “na figura dos seus internos, assistentes, enfermeiros, auxiliares e administrativos”, como fez questão em frisar: “Atentos a esta temática, procurámos concretizar o sonho de efetuar umas jornadas que fossem úteis para a saúde das mulheres alentejanas.”


Fernando Fernandes: “Procurámos concretizar o sonho de efetuar umas jornadas que fossem úteis para a saúde das mulheres alentejanas.”

 

Contextualizando o “problema”, aquele responsável realçou que “a OMS prevê que em 2030 mil milhões de mulheres vão entrar na menopausa e irão passar um terço das suas vidas nesse estado, devido ao aumento da esperança média de vida”. E continuou:

“A passagem não é feita sem atribulações e estas, em 70 ou 80% dos casos, acarretam algumas queixas de saúde muito importantes, das quais as mais rebuscadas e conhecidas são, sem dúvida, os calores e os afrontamentos, os problemas de sono, as alterações cognitivas, a diminuição da libido, a secura da pele e da vagina, o aumento de peso e também da vulnerabilidade às doenças.”




Uma maternidade que "dá segurança e tranquilidade a todas as grávidas da nossa região"

Agradecendo a presença do presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, Fernando Fernandes cumprimentou depois Maria Filomena Mendes, aproveitando para recordar o “carinho e apoio” que a presidente da ARS Alentejo “sempre deu” ao Serviço de Ginecologia e Obstetrícia enquanto presidiu ao Conselho de Administração do HESE, cargo que deixou, em novembro de 2021, precisamente para assumir as atuais funções.

A circunstância de a Maternidade do Serviço se ter mantido “sempre em funcionamento” durante os períodos mais críticos, recentes ou não, “dá uma segurança e uma tranquilidade a todas as grávidas da nossa região e não só, pois, recebemos mulheres de todo o Alentejo, e isso é extremamente importante”, afirmou Maria Filomena Mendes.




Uma ligação “absolutamente decisiva” com as áreas da Pediatria e da Neonatologia

“É um orgulho imenso perceber que o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia não só garantiu essa resposta como conseguiu promover um trabalho em rede com os hospitais desta zona do país e com os colegas dos CSP”, acrescentou, valorizando as equipas médica e de enfermagem, bem como a ligação “absolutamente decisiva” que existe no HESE com as áreas da Pediatria e da Neonatologia.

Dirigiu ainda uma palavra de especial apreço aos internos, neste caso, de Ginecologia/Obstetrícia, “cujo papel tem sido absolutamente fundamental, pois, têm feito crescer o Serviço, desafiando os assistentes a fazer mais e melhor”, sendo que alguns deles são agora especialistas e continuam no Hospital do Espírito Santo de Évora.


Internos e especialistas de Ginecologia/Obstetrícia do HESE com antigos elementos do Serviço


"Esta troca de ideias é fundamental"

 

Dirigindo-se à presidente do Conselho Clínico e de Saúde do ACES Alentejo Central, Fernando Fernandes sublinhou que, tendo a reunião sido pensada para promover “a troca de ideias com os médicos de MGF, a sua presença “representa, na verdade, o apoio a este intercâmbio que queremos sempre que seja mais frequente e profícuo entre o hospital e os CSP”.

Maria Helena Gonçalves, ao usar da palavra, haveria de “enaltecer os momentos de partilha de conhecimento”, desde logo porque “muitas vezes surgem questões que são importantes na relação com o doente que circula entre os CSP e os cuidados de saúde secundários”. E concluiu: “Acho que esta troca de ideias é fundamental.”


Luísa Rebocho

"Perder a fertilidade não significa que não continue a ser uma mulher em pleno"

A representar o CA na sessão de abertura de “Um Dia com a Menopausa” esteve a diretora clínica do HESE. Luísa Rebocho disse estar “muito orgulhosa”, como médica da instituição, pelo facto de o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia ter sido, nos últimos tempos, o único a sul das Caldas da Rainha a manter a sua Maternidade sempre aberta. Algo que foi, aliás, recentemente salientado pelo próprio ministro da Saúde.

Dirigiu depois mais algumas palavras elogiosas: “Um Serviço que consegue demonstrar ter uma atividade formativa e até de investigação, para além da sua componente assistencial, só pode significar que está vivo e que assim quer continuar. Dou-vos os parabéns, em particular aos internos, que se esforçam por fazer mais do que aquilo que lhes é exigido, com sacrifício da sua própria família.”


Médicos internos de Ginecologia/Obstetrícia do HESE envolvidos na organização do evento

Luísa Rebocho não quis terminar a sua intervenção sem recordar que “as mulheres vivem um terço das suas vidas em menopausa”, entrando nessa fase “numa idade em que são pertentes naquilo que podem fazer na sua atividade profissional”.

“É muito importante que aprendam a sentir-se bem e que deixem de pensar ‘Estou em menopausa, estou no fim da vida!’, porque o facto de a mulher perder a fertilidade não significa que não continue a ser uma mulher em pleno. Acho mesmo que esta deve ser a mensagem de ‘Um Dia com a Menopausa’”, concluiu a médica, que é especialista de Medicina Interna.


Luísa Rebocho, Carlos Pinto de Sá, Maria Filomena Mendes, Fernando Fernandes e Maria Helena Gonçalves



A reportagem pode ser lida na edição de julho do Jornal Médico dos Cuidados de Saúde Primários.

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