A hipertensão está na origem de 17% da mortalidade prematura em Portugal

As doenças do aparelho circulatório são uma das origens da morbilidade e mortalidade prematuras (antes dos 70 anos de idade), tendo a hipertensão (HTA) um peso de 17%. Francisco George, diretor-geral da Saúde, alertou para esta realidade no âmbito da Reunião Hipertensão Arterial e Insuficiência Cardíaca – Estado da Arte 2015, que se realizou na Aula Magna do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.



Fazendo referência ao indicador Daily (Disability Adjusted Life Years), que calcula os anos de vida perdidos ou vividos com morbilidade, Francisco George mencionou que a HTA tem, neste fenómeno de carga de morte e de incapacidade, um peso superior ao da Obesidade/Índice de Massa Corporal e, até, ao do tabagismo, que tem uma expressão de 11%.

“Temos aqui um problema, o da HTA, que explica a mortalidade prematura, que é alta no nosso país”, observou Francisco George, acrescentando: “Em 2014, mais de 20% dos portugueses não festejaram os 70 anos de vida.”

O diretor-geral da Saúde salientou que a percentagem de mortalidade prematura devido às doenças do aparelho circulatório é muito alta e vem logo a seguir ao cancro.



“Em 2014, 3800 portugueses não atingiram os 70 anos devido às doenças do aparelho circulatório. Contudo, sabemos que é possível, através de medidas de prevenção primária e também secundária, reduzir em ¼ a mortalidade devido a estas patologias.”

Para tal, Francisco George disse ser necessário conjugar uma série de programas, apostando, antes de mais, na redução do sal por parte da população.



Durante a cerimónia de abertura, Luiz Menezes Falcão, coordenador da reunião, frisou que a insuficiência cardíaca e a HTA são um importante problema de saúde pública, considerando ser “essencial repensar permanentemente a solução para este tipo de problemas, tanto do ponto de vista de organização do trabalho como da atualização dos conhecimentos.”

No seu entender, esta é uma área que implica a colaboração de profissionais de saúde de múltiplas especialidades, envolvência esta que tem proporcionado “um desenvolvimento de cuidados de elevada qualidade”.

A sessão de abertura contou ainda com a participação de Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), José Fernandes e Fernandes, diretor do Serviço de Cirurgia Vascular do CHLN, e Braz Nogueira, na qualidade de diretor do Serviço de Medicina 1 daquele centro hospitalar.

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