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Asma: projeto-piloto pretende ajudar a melhorar a adesão à terapêutica inalada

Foi apresentado recentemente, em Lisboa, o INSPIRERS, um projeto coordenado pelo imunoalergologista João Almeida Fonseca e que conta com o apoio da Mundipharma. O objetivo é, com recurso à utilização de uma aplicação móvel criada para o efeito, contribuir para a melhoria da adesão à terapêutica inalada da asma. Está previsto o projeto abranger um grande número de hospitais e as especialidades mais envolvidas no tratamento de doentes com asma (adolescentes e adultos).



Dirigindo-se a uma audiência composta por especialistas que se dedicam ao tratamento da asma, João Almeida Fonseca, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e investigador no Centro de Investigação de Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), disse que “a adesão à terapêutica é, possivelmente, o maior problema na asma atualmente, mas pouco ou nada existe para o tentarmos minorar. Não é fácil saber se houve adesão ou se os doentes deitaram a receita ao lixo”.


Segundo o imunoalergologista, quando, em conjunto com a Mundipharma, decidiu avançar com este desafio, o intuito era “desenvolver um projeto que visasse a melhoria da adesão à terapêutica inalada da asma em Portugal, conhecer mais sobre a adesão terapêutica em geral e, eventualmente, dar ao mundo novas ferramentas para melhorar essa adesão, utilizando novas tecnologias, sendo inovador e agregador”.

Nesse sentido, foi criada, com a ajuda da Bloomidea (empresa especializada em Web e Mobile), da MEDIDA e do CINTESIS, a primeira versão de uma App para o sistema operacional iOS. A aplicação tem uma componente social, que permitirá aos doentes com asma trocar experiências com outros doentes através do envio de mensagens privadas.

Tem também uma componente de jogo, para estimular o utilizador a registar de forma contínua a sua adesão ao plano terapêutico e, eventualmente, partilhar esta informação com o seu médico, sendo o principal objetivo do jogo o cumprimento da medicação acordada. “A capacidade de envolvermos na rotina do dia-a-dia conceitos de competição, de jogo e de gratificação pode ajudar a evitar alguns comportamentos como a não adesão”, sublinhou João Almeida Fonseca.

Conforme foi explicado por Rita Vilaça, da Bloomidea, o primeiro passo que o utilizador terá de cumprir é registar-se via Facebook na aplicação. Depois, ao aceder à mesma, terá de introduzir informação sobre os medicamentos que está a tomar, o tipo e o nome do inalador que usa.

Em seguida, terá de confirmar se pretende partilhar o plano terapêutico com o médico. O passo que se segue é a introdução da duração do tratamento e a data em que será iniciado. Terá depois de definir o intervalo de tempo em que tem de fazer a inalação e a respetiva posologia. Por último, poderá inserir notas.

Após a introdução destes dados, o utilizador tem acesso a uma timeline, onde pode facilmente consultar todos os medicamentos que tomou e os que ainda tem de tomar.

João Almeida Fonseca explicou que nos próximos meses a App continuará a ser melhorada com o feedback de utilizadores convidados. “Vamos ter um conjunto de testers que poderão ou não ter asma e que vão dar feedback sobre as versões iniciais da aplicação”, disse, desenvolvendo que, numa primeira fase, a única forma de aceder à aplicação será através de convite. Sendo um projeto aberto e abrangente, será possível participar enviando um email para inspirersmedida@gmail.com

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