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Jovens médicos ajudam a «desmistificar o Internato de Formação Específica»

Organizado por médicos internos de uma dúzia de unidades hospitalares do país, o Congresso Nacional do Interno de Ano Comum (CNIAC), que se realiza esta sexta e sábado, no Porto, conta com 350 participantes, "inscritos em menos de 24h".

Em declarações à Just News, Ana Valadas, da Comissão Organizadora, afirma que, na altura, "houve uma verdadeira corrida às inscrições" e recorda que, "a partir do momento em que divulgámos o programa do CNIAC 2017, percebemos que houve um grande interesse por parte dos nossos colegas em participar".

Segundo a médica interna do Centro Hospitalar do Porto (CHP), o motivo dessa grande adesão "deve-se, em grande parte, pela particularidade de ser um congresso feito por internos do Ano Comum para internos do Ano Comum".

Equipa motivada e em sintonia... mesmo à distância

Quanto ao facto da Comissão Organizadora integrar elementos que estão em hospitais de variadas cidades do país, Ana Valadas reconhece que "trabalhar à escala nacional tem uma maior dificuldade associada, nomeadamente, à comunicação", sendo certo que se se tratasse de uma organização local "teria a vantagem de ser mais fácil reunir pessoalmente e mesmo resolver problemas locais". 

No entanto, "tentámos ultrapassar a distância com recurso aos meios de comunicação que o século XXI nos proporciona".


Alguns dos elementos da Comissão Organizadora nas vésperas do CNIAC 2017 (à noite chegariam os restantes ao Porto):
- Miguel Carneiro, Rafael Dias, Ana Valadas, Bruno Sousa, Gisela Leiras, Jorge Hernâni e Salomão Fernandes
- Bárbara Castro, Sofia Cavadas, Joana Moreno, Rui Barata, Joana Garcia, Maria João Domingues e Soraia Branco

Ana Valadas recorda também que no Internato do Ano Comum, "no qual passamos por vários serviços ao longo do ano, tem a particularidade de termos estágios mais exigentes do que outros, pelo que também fomos gerindo o trabalho pelos elementos da Comissão Organizadora, consoante a carga de trabalho que tinham nos hospitais concomitantemente."

Por outro lado, "e sempre à distância, temos também o desafio de manter toda a equipa motivada e em sintonia relativamente a como queremos construir o Congresso e na divisão de tarefas". 


Ana Valadas

Um programa que pode "colmatar algumas falhas formativas"

A médica interna do CHP acrescenta ainda: "Desta forma, e porque reconhecemos as necessidades neste momento da nossa formação, construímos um programa científico de raiz de maneira a ir de encontro ao que realmente falta aos nossos colegas".

Considera também que "o interesse e o volume de inscrições estão muito relacionados com a organização de momentos formativos, que poderão colmatar algumas falhas que os participantes têm da formação pré-graduada."



Últimos preparativos do CNIAC 2017, no dia anterior aos cursos pré-Congresso

"Desmistificar o IFE"

Uma das sessões plenárias do Congresso é a "Desmistificação do Internato de Formação Específica". Questionado sobre a importância desta temática, André Rêgo, Interno do Ano Comum do Centro Hospitalar Lisboa Central, recorda que "o Internato de Formação Específica (IFE) compreende um espaço temporal importante no percurso de um médico, surgindo após a conclusão do curso", acrescentando:

"Em relação a esta primeira etapa, a denominada formação pré graduada, o seu principal objetivo é a consolidação científica e clínica de conhecimentos basilares, assim como o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências relacionadas com o trato dos doentes."

De acordo com o médico interno, "complementariamente a esta fase, o IFE ajuda-nos a especializar em determinadas áreas científicas onde o grau de exigência é elevadíssimo. A importância da desmistificacao deste período formativo prende-se com a panóplia de ações que permitem alargar os horizontes de um médico".

Faz ainda questão de referir a importância "para todos nós, Internos do Ano Comum, em fase de transição entre períodos formativos, estarmos a par das várias valências ao nosso alcance que nos podem ajudar a atingir um grau de excelência na prestação de cuidados às populações".


André Rêgo e Maria João Domingues

«É irreal pensar num médico ´apenas` como um clínico»


A propósito do lema desta edição - "descobrir, aprender e inovar”, Maria João Domingues, interna do Ano Comum do Hospital Santa Maria Maior, sublinha que o evento tem uma forte componente de motivação para o empreendedorismo, proatividade, inovação, comunicação e liderança.

Na sua opinião, "atualmente, é irreal pensar num médico ´apenas` como um clínico. Cada vez mais o médico se pode (e deve) envolver noutras áreas do saber e aprofundar as suas competências de soft-skills, não se limitando a seguir o já instituído mas a inovar dentro e fora da área médica."



Desta forma, segundo a médica, com a organização deste congresso "tentámos ajudar a alargar os horizontes de todos os colegas, promovendo o intercâmbio de ideias entre diferentes profissionais e incentivando a inovação do sector da saúde nacional e internacional. O objetivo é conseguir, assim, alavancar a construção de percursos profissionais mais robustos, abrangentes e que possam preencher as expectativas de todos os colegas."




O programa pode ser consultado 
aqui

Contacto: congresso@cniac2017.com 
Podem ser consultadas mais informações aqui.

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