Lançamento do livro «Sair bem. Médicos e Enfermeiros nos trajectos finais das suas vidas profissionais»

O Centro de Cultura e Congressos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) vai acolher, dia 27 de maio, a sessão de lançamento do livro: "Sair bem. Médicos e Enfermeiros nos trajectos finais das suas vidas profissionais", de Marianela Ferreira.

A apresentação da obra, agendada para as 21h00, estará a cargo do presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que considera este "um importante contributo para uma temática ainda pouco estudada no nosso País", acrescentando: "Na voragem do dia-a-dia, médicos e enfermeiros acabam por pensar pouco no que fazer para lá da sua vida activa profissional."

A SRNOM refere hoje, em comunicado, que o livro "Sair bem: Médicos e Enfermeiros nos trajectos finais das suas vidas profissionais" resulta de uma investigação no âmbito de um projeto de doutoramento em Sociologia focada numa problemática atual: "as razões subjacentes aos processos de tomada de decisão de dois grupos profissionais de saúde – médicos e enfermeiros com idades entre os 55 e os 65 anos – face à respetiva atividade profissional, seja pelo prolongamento temporal da mesma ou pelo abandono da atividade profissional por aposentação".

Ao longo da investigação, a autora constatou que a quase totalidade dos médicos foi peremptória ao afirmar que pretendia continuar a trabalhar pelo apreço do exercício da actividade (99,1%), sendo a percentagem ligeiramente menor no caso dos enfermeiros (73,9%). Por outro lado, para os médicos a continuidade da actividade profissional está em muito relacionada com a valorização que sentem na organização hospitalar em que trabalham (77,3%) e com uma recusa de inactividade no seio da sociedade (77,7%). Tais motivos são também indicados pelos enfermeiros, mas com assinalável menor frequência.

Pelo contrário, os enfermeiros indicaram sobretudo a penalização nos rendimentos enquanto principal motivo para o prolongamento da actividade profissional (77,3%), motivo este apontado por pouco mais de metade dos médicos.

Considerando o grupo profissional, Marianela Ferreira observou ainda que, enquanto a maioria dos médicos (78,1%) manifestou vontade de prolongar a sua actividade profissional, mesmo reunindo condições para a aposentação, a generalidade dos enfermeiros (69,6%) manifestou precisamente o contrário, ou seja, o desejo de aposentação.

Marianela Ferreira explica que a obra "analisa o envelhecimento atendendo às causas e aos efeitos que, na actualidade, justificam a premência da sua análise".

Em concreto, salienta, "verificámos que os seus efeitos ao nível da alteração das dinâmicas do mercado de trabalho, fruto de uma diminuição da população activa e do aumento da inactiva, sobretudo por velhice, implicam necessariamente novas políticas de emprego vocacionadas não só para o prolongamento temporal da actividade profissional, mas também para as condições em que o mesmo é exigido ou incentivado". 

O presidente do CRNOM recorda ainda que "envelhecimento ativo não é apenas envelhecer com saúde, com qualidade de vida" e não tem dúvidas de que o livro "tem o condão de nos alertar para a necessidade de estabelecer planos para a aposentação, formas de nos mantermos profissional e socialmente ativos, algo que muitas vezes nos esquecemos".

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