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Risco cardiovascular acrescido: O impacto das «alterações estruturais nas grandes artérias»

Foi o interesse na velocidade de onda de pulso como marcador associado ao risco cardiovascular (RCV) que conduziu, há seis anos, ao surgimento do International Postgraduation Course on Arterial Stiffness and Early Vascular Aging, segundo Pedro Guimarães Cunha, que integra a Comissão Organizadora. A 6.ª edição deste curso tem lugar entre os dias 15 e 17 de novembro, na Escola de Medicina da Universidade do Minho, em Braga.

Em declarações à Just News, o assistente hospitalar graduado do Serviço de Medicina Interna do Hospital Senhora da Oliveira - Guimarães e docente da Escola de Medicina da Universidade do Minho refere que “a formação progrediu e incide, atualmente, não só naquele marcador, mas em todas as propriedades das grandes artérias que podem estar envolvidas no desenvolvimento de doença cardiovascular”.

A organização é da responsabilidade da Escola de Medicina daquela Universidade e do Centro de Investigação e Tratamento em Hipertensão Arterial e Risco Cardiovascular Global do Serviço de Medicina Interna do Hospital Senhora da Oliveira – Guimarães/Universidade do Minho, classificado como Centro de Excelência Europeu em Hipertensão Arterial e Risco Cardiovascular.


Nuno Sousa, Jorge Cotter e Pedro Guimarães Cunha

Além de Pedro Guimarães Cunha, integram também a Comissão Organizadora deste curso Jorge Cotter, docente da Escola de Medicina da Universidade do Minho, diretor do Serviço de Medicina Interna e do Centro de Investigação e Tratamento em Hipertensão Arterial e Risco Cardiovascular Global do Hospital da Senhora da Oliveira (Guimarães), e Nuno Sousa, professor e presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

Facilitar uma identificação precoce

“Além da velocidade da onda de pulso, hoje também prestamos atenção à pressão arterial central, bem como à configuração das ondas de pulso e às implicações que isso tem no RCV acrescido dos doentes”, menciona. De acordo com o médico, “tem surgido cada vez mais evidência científica que sugere que estes marcadores podem permitir identificar precocemente indivíduos que têm um RCV que se julgaria (de outra forma) ser menor”.

Pedro Guimarães Cunha conta que “tem havido um interesse em expandir a formação a todas as propriedades hemodinâmicas das grandes artérias e abarcar um conjunto cada vez maior de assuntos que têm interesse e estão relacionados uns com os outros no domínio cardiovascular”, incluindo os diferentes desequilíbrios cardiometabólicos.


Participantes da última edição, em 2016

Presença de peritos internacionais que contribuem para a “progressão da ciência”

Nesta edição, é de destacar a presença de quatro dos especialistas que, de acordo com Pedro Guimarães Cunha, “mais têm contribuído para a progressão do conhecimento” na área da rigidez arterial e envelhecimento vascular precoce: Angelo Scuteri (Itália), Peter M. Nilsson (Suécia), Pierre Boutouyrie (França) e Stephane Laurent (França).

Esta formação, que tem um caráter teórico e prático, tem tido um impacto progressivamente maior, tendo vindo a aumentar a representatividade de participantes nacionais e internacionais. Este ano, além de especialistas dos mais diversos pontos da Europa, recebe participantes de países como o Brasil e Angola.

Um dos assuntos que será discutido prende-se com a repercussão significativa que o envelhecimento vascular tem na forma como outros órgãos funcionam, nomeadamente o cérebro.



“A associação entre o envelhecimento vascular precoce e o envolvimento cerebral por doença cerebrovascular faz juntar duas das grandes pandemias do nosso século: a hipertensão arterial e as síndromes demenciais”, refere Pedro Guimarães Cunha.

Entre outros temas, será também abordada a relação entre os diferentes fatores de risco cardiometabólico com o aparecimento de lesão ou de doença das artérias, onde se incluem fatores de risco como a diabetes, a dislipidemia, ou seja, todos aqueles que são relacionados com a pressão arterial, mas que contribuem para a disfunção arterial.



O curso realiza-se sob a égide da Sociedade Europeia de Hipertensão, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, da Sociedade Portuguesa de Hipertensão e da Artery Society.

O programa pode ser consultado aqui.

Podem ser consultadas mais informações aqui.

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